A sensação de alegria abobalhada percorria a planta dos pés da moça, germinando flores e fazendo nascer tulipas em seus olhos. Risos. Ela ouvia risos dentro do estômago. Sentia o frescor dos ventos de maio em seu rosto, antes tão empedernido, duro feito as pedras da escadaria. Havia nascido dentro dela uma menina.
Após meses e meses a fio de tormentos e dúvidas a infectarem aquela corrente sanguínea. Dúvidas de saúva. Os momentos prazerosos, o êxtase proporcionado pelo triunfo dos encontros fugazes de corpos eram destruídos pela estranheza que surgia, repentina, naquele semblante de amante.
As sensações de Inferno e Paraíso se aglutinavam em uma simbiose doentia e tomavam posse de sua mente demente, num vai-e-vem de oscilações nervosas. Angústias a acordavam de madrugada. Por que a rispidez insistia em ferir a fragilidade de um amor recém-nascido, ainda a ser nutrido? Para que adicionar fezes aos dias felizes? Ele se escondia sob o manto da destruição, empurrando o afeto singelo para o inferno. E ainda assim, ela conseguia catar vestígios do sentimento que escapava pelos olhos dele, gélidos e aritméticos. Fraude. Sentimento de cimento. Sementes ao vento.
Mas agora uma chuva calma bailava, suavemente, em ressonância com as paredes daquele interior de amorosidades serenas. Suavidades eram cultivadas em flor. Ela vivia em meio à seda de afetos, com ternuras múltiplas que compunham a colcha de retalhos do viver. Tulipas nascendo nos olhos. Um perfume no corpo florido. Ela deitava na grama, se enroscava no chão e tinha alucinações verbo-mentais. O musgo ranzinza reclamava na cama. A pedra rouca, de cócoras, fazia muxoxo à luz de grinalda, toda encantada. Pensava: “Minha rã filosofia mora num pântano de palavras feitas de limo e pedra”. A menina sorria, débil e fértil. E cantava seus versos cor de Guimarães rosa, com a textura de barros, do Manoel.
Após meses e meses a fio de tormentos e dúvidas a infectarem aquela corrente sanguínea. Dúvidas de saúva. Os momentos prazerosos, o êxtase proporcionado pelo triunfo dos encontros fugazes de corpos eram destruídos pela estranheza que surgia, repentina, naquele semblante de amante.
As sensações de Inferno e Paraíso se aglutinavam em uma simbiose doentia e tomavam posse de sua mente demente, num vai-e-vem de oscilações nervosas. Angústias a acordavam de madrugada. Por que a rispidez insistia em ferir a fragilidade de um amor recém-nascido, ainda a ser nutrido? Para que adicionar fezes aos dias felizes? Ele se escondia sob o manto da destruição, empurrando o afeto singelo para o inferno. E ainda assim, ela conseguia catar vestígios do sentimento que escapava pelos olhos dele, gélidos e aritméticos. Fraude. Sentimento de cimento. Sementes ao vento.
Mas agora uma chuva calma bailava, suavemente, em ressonância com as paredes daquele interior de amorosidades serenas. Suavidades eram cultivadas em flor. Ela vivia em meio à seda de afetos, com ternuras múltiplas que compunham a colcha de retalhos do viver. Tulipas nascendo nos olhos. Um perfume no corpo florido. Ela deitava na grama, se enroscava no chão e tinha alucinações verbo-mentais. O musgo ranzinza reclamava na cama. A pedra rouca, de cócoras, fazia muxoxo à luz de grinalda, toda encantada. Pensava: “Minha rã filosofia mora num pântano de palavras feitas de limo e pedra”. A menina sorria, débil e fértil. E cantava seus versos cor de Guimarães rosa, com a textura de barros, do Manoel.
Os pântanos sempre são ricos em vegetação. Apesar de tuso, o lodo é um ecossistema variado. Sei não menina! Acho que desse pãntano ainds sai sapos. kkkk!
ResponderExcluirBeijinhos.
Carla