terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sintonia Fina

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Liberdade Midiática

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Nem Óbvio. Nem Tédio



Já fiz terapia. E reconheço o tempo em que dedicamos a nos vasculhar, a incursionar pelos porões sombrios de nós mesmos, no escafandro auto-investigativo, como um dos maiores investimentos feitos durante uma existência. Por mais temerário que seja o mergulho, emergir de volta às experiências exteriores é sempre um alento.


No entanto, não recomendo aos encapsulados em suas zonas de conforto, aos que cultuam por décadas comportamentos empedernidos ou repetitivos, aos ensimesmados que temem sair de si, ao menos para dar uma volta no quarteirão de possibilidades. O prazer (e o desprazer) de conhecer a si mesmo dói. A inscrição no Templo de Delfos atravessou os séculos, guardando a valiosa recomendação: conhece-te a ti mesmo.
Os anos dedicados a inquirir-me proporcionam hoje um acervo valioso de flávias, um mapa de voo indispensável - apesar das mudanças bruscas de clima e temperatura, dos ventos de cauda que surgem, repentinamente, na rota pré-estabelecida, obrigando-me a alterar velocidade e direção. O ato de conhecer a si mesmo concede oportunidades de fazer algumas amizades e inimizades consigo mesmo.


Por vezes, sinto como se fosse minha inimiga íntima. São certos dias em que invejo a imbecilidade das pessoas toscas. A alegria obtusa dos que mascam modismos, clichês, axé music e forró eletrônico (ugh!). Eles, provavelmente, devem ser mais felizes do que eu.
Admito a ancestral dificuldade em lidar com o óbvio, com a ferrugem da rotina, com as fórmulas perfeitas, as receitinhas de bolo. O lugar comum nem me interessa visitar. Não me adequo ao modo e estilo da “manada dos normais”, na exata expressão do compositor Sérgio Sampaio, já citada aqui neste blog. Fizeram-me escorpiana, inadaptável por natureza aos ambientes assépticos. Sou feita de crosta. Em minhas veias não circula água com açúcar. Reconheço-me na citação de Saramago: "Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo dia."
Não, não sou fácil. Mas olhe, meu bem, ao meu lado você não correrá o risco de passar o resto da vida bocejando de tédio.





quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Pomar Poético Erótico


Pêssegos
E meus beijos
Pomar de “sim”
Enquanto regas o nosso jardim
Germinam flores e frutos
                                                          Ininterruptos
Na floresta devassa do colchão
Sou devorada pelo meu próprio leão







terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Mídia Livre

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

E por falar nisso...


Polícia abre inquérito para apurar estupro no Big Brother Brasil



Reportagem: Leslie Leitão e Cecília Ritto (da revista Veja)


O delegado Antonio Ricardo, titular da 32ª DP (Taquara), instaurou inquérito para apurar se houve estupro dentro da casa do Big Brother Brasil 12 na madrugada de domingo. Apesar de a Rede Globo ter retirado de seu site as cenas de Monique e Daniel embaixo do edredom, a polícia já tem um vídeo de sete minutos de duração que mostra a loura, aparentemente desacordada após uma noite de bebedeira, sendo bolinada pelo modelo. “Precisamos ter tudo em mãos para analisar as imagens e tentar entender o que de fato aconteceu”, afirmou o delegado ao site de VEJA.
Na festa de sábado, primeiro dia de bebida liberada no BBB, Monique ficou nitidamente embriagada. Antes de dormir, deu um selinho em Fabiana e foi para o quarto Floresta. Sob o edredom, Daniel se atracou com a estudante e é aí que começam as suspeitas de estupro. Na edição mostrada na noite de domingo, a narrativa é de uma “ficada” consentida depois da festa. No pay per view, Monique aparece imóvel enquanto Daniel faz movimentos sob a colcha.
No dia seguinte, Monique foi chamada ao confessionário para esclarecer o que realmente aconteceu. Ela disse não ter sido violentada, mas, depois de ser indagada por Boninho, demonstrou não estar certa de suas respostas. “Me chamaram para perguntar se tínhamos feito alguma coisa. Eu sei que não fiz, mas começo a pirar. Será que eu fiz? Será que não? Estou muito mal com isso”, disse Monique para Analice.
Daniel, por sua vez, negou qualquer abuso. “Não teve momento de sacanagem nossa juntos. Nós nos beijamos no quarto e nos agarramos no edredom com a cabeça para fora”, argumentou o modelo. No vídeo, Monique aparece parada, sem reação, enquanto Daniel movimentava seu corpo embaixo da coberta.
Apesar de não ter visto as cenas, pelo entendimento do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil da secção Rio (OAB-RJ), Wadih Damous, é possível ter havido estupro. “Se ficar caracterizada privação de sentido pela bebedeira, sem que ela pudesse se defender e sem consentimento, pode ser considerado estupro”, afirma. “Se um homem se vale de momentânea imobilização de uma mulher dopada por remédio ou álcool, ainda que não tenha havido agressão, é possível caracterizar como estupro”, explica Damous.
Monique, aparentemente não lembra o que aconteceu na noite de sábado. Por via das dúvidas, já deu o recado para Daniel: “Nunca mais bebo contigo”.


Fonte: revista VEJA


Brasil, mostra tua cara!


Machos que cospem suas grossuras, confundindo testosterona com vulgaridade. Homossexuais que exibem suas preferências, como se o sexo entre iguais fosse a última tendência da contemporaneidade, um hit do verão, e não uma prática que remonta desde os tempos da Grécia, da mal falada Roma Antiga e de outras civilizações. Corpos expostos iguais a peças de um açougue.

Vai querer dois quilos de maminha ou alcatra, patroa?

Estreou, este mês, a 12ª. edição do mais famoso zoológico eletrônico do País: o Big Brother Brasil. Com audiência de ouro e excrescências a preço de banana, a lucrativa vitrine da Rede Globo oferece um milhão e meio de reais ao “vencedor”. A bolada é apenas uma bagatela para se ter noção do lucro obtido com o programa. A fórmula milionária? Incentivar a imbecilidade alheia. Ao acessar qualquer portal em busca de informações, somos assaltados por “notícias” sobre o BBB:

“Renata conta que já beijou amigas com linguão

“Ronaldo diz que Renata solta PUM durante a noite”

Isso sem citar as provas ridículas, tais como segurar a urina por 30 horas e outros “heroísmos” do gênero. O recheio do BBB é feito para atender aos paladares mais carentes: uma mocinha equivocada se apresenta ao público com o seguinte crachá (ou seria clichê?): “sou lésbica e barraqueira”. Pelas varizes de Ângela Rorô!

O casting, “alilás”, é formado por tipos, devidamente embalados por caricaturas escolhidas para vender audiência. Óbvio. O Big Brother é o mais escancarado e eficiente produto de liquidação da complexidade humana: Uma "arte-educadora" Mayara, afirma ser lésbica. João, um representante comercial, que diz gostar de homem e mulher; Uma tal Kelly que ganhava a vida dançando no (sei...) Aviões do Forró. Um lutador que sobrevive às custas de dar porrada. E assim, sucessivamente.

A antiga receita de Pão e Circo substituída por Corpo e Sexo. É a degradação da humanidade, editada para exibir gente em forma de pedaço de picanha.

Outro dia li num blog um argumento pró-Big Brother Brasil: “alargar os horizontes morais-sexuais da família brasileira”. Uma retórica raquítica quase transformando o programa na Vila Sésamo dos anos 70!

Esta postagem é uma defesa do mais extraordinário meio de comunicação popular do já quase caduco século XX: a televisão. Segundo uma antiga pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Mídia para Crianças e Adolescentes, a Midiativa, 98% dos lares possuem televisão e apenas 95% têm geladeira. A intensa presença da TV na sociedade brasileira, configurando-se como cenário, na concepção de Jesús Martín-Barbero, da “constituição de imaginários coletivos a partir dos quais as pessoas se reconhecem e representam”, transfere um enorme poder aos conteúdos exibidos.

São produtos como o Big Brother Brasil, onde estereótipos são exibidas em um zoológico eletrônico, responsáveis pela bestialização de certos comportamentos sociais.

Para a desgraça geral da nação, A TV brasileira não aproveita a programação para educar, é assistencialista, apelativa, nem produz reflexão sobre o noticiário.

A quem ainda não ouviu falar, fica a dica: Educomunicação.

















quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

CONEXÃO GENTILEZA

sábado, 7 de janeiro de 2012

Falavras