sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Pierrot e Colombina sem Arlequim

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Amor: Vida & Morte


A insônia é uma visitante oportunista. Infiltra-se nos recantos mais vulneráveis e se espalha, absoluta, por lençóis de pensamentos errantes. Certa noite, desta semana, ela me visitou novamente e fez a festa da angústia insone. São momentos, assim, em que toda a incompreensão diante dos desígnios divinos tem o tamanho inversamente proporcional à nossa pequenez. Nestes instantes de reflexões fecundas, o sentido da vida é protagonista do enredo noturno.
Vida: enorme colcha de retalhos tecida por multiplicadas experiências, presa pelo determinismo dos nossos laços de afeto. Vida, que parece esgarçar-se diante da perda de um filho, um pai ou mãe, um irmão, uma amiga, um amor. Dormir com a certeza de um bem, de possuir um patrimônio afetivo e acordar com seu trágico desaparecimento é dor que dilacera sem cessar, anunciando o momento de provação, no dito: “as provas mais penosas são aquelas que afetam o coração”.
O amor, em suas mais variadas manifestações, justifica a vida. Certa feita, como um sinal da Espiritualidade, deparei-me diante de um livro, numa banca de revistas de aeroporto, com o título: “Com o amor não se brinca”. A ocasião parecia segredar o conselho da capa. Após alguns longos anos de erraticidade emocional, procuro renovar os propósitos de reverenciar a sacralidade da existência, incluindo neles o respeito aos vínculos afetivos. São eles que nos fornecem a vida e são eles que nos dilaceram de inconsolável tristeza nos momentos de perda.
Como na fábula da formiga e da cigarra, as cantorias transitórias e o gozo ilusório não vão nos amparar nas ocasiões de açoites. O único sustentáculo diante do incompreensível é Deus, Pai de Bondade. E Deus é justamente amor. O único amor que preenche a nossa incompletude.
O texto e a insônia resultam do abalo diante da morte de Marcelo Dino Castro, filho do advogado Flávio Dino.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Baile dos Encontros



A metáfora da dança para expressar os relacionamentos é das minhas prediletas. A definição de Eros - o deus que tinha o poder de transformar o imóvel em movimento - remete à conotação bailarina dos movimentos de corpos e almas que se ajustam a uma única coreografia.
São passos que, aos poucos, vão adequando o ritmo individual a um só compasso. As respirações e direções de cada um, sujeitas a tropeços durante a coreografia, mas gradativamente em busca de uma unidade chamada harmonia. Não há dança quando pés caminham em direções distintas. Nem há encontros quando movimentos, compassos e direções não cedem seus ritmos próprios para permitirem o surgimento de um único ritmo, o de duas pessoas unidas, embora diferentes e essencialmente dispostas a participar de uma dança a dois.  

O Baile, filme antigo de Ettore Scola, é ambientado em um único cenário, o salão de dança. Mesmo com a ausência de diálogos, as câmeras destacando fisionomias e expressões dos atores permitem identificar as caracterísitcas diferentes de personagens, tais como o tímido, o abusador, o causador de intrigas, o bajulador e outros.
O baile dos encontros é uma festa: existem os bêbados, os alegres, os que vieram só dar uma passada rápida, os que apenas exibem seus trajes com receio de ceder uma parte a alguém. Há ainda os que se apressam em dançar com o maior número de parceiros e terminam na mais completa solidão. A dança dos encontros exige esforço e sinergia. E o amor pode acabar tão rápido quanto certas canções. Mas a vida há de sempre se impor, plena, como a mais perfeita tradução de movimento.  E que os encantos das Cinderelas jamais terminem à meia-noite, antes da valsa principal.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Agudos de Adélia Prado

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Rainha do Mar