Os últimos anos, marcados pela sucessão de acontecimentos políticos que expuseram, para todo o País, as vísceras do Maranhão, tiveram também a providencial utilidade de serviram como um soco na apatia generalizada aqui instalada. No entanto, na terra onde rezam lendas de serpentes e carruagens mal assombradas, ainda predominam versões fantasiosas e interpretações superficiais em torno da árida realidade social do Estado.
A ratificação de tais constatações é resultado da minha participação, na semana passada, na VI Jornada Maranhense de Sociologia e no II Seminário Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente, realizados pelo Departamento de Ciências Sociais da Ufma. A discussão de pesquisas e exposição de temas relacionados aos impactos contemporâneos dos chamados grandes projetos de desenvolvimento, particularmente no Maranhão, evidenciou a consolidação de um importante pólo de estudos de tais questões, lamentavelmente separado por um enorme fosso entre Universidade e sociedade.
Questões fundamentais à agenda de desenvolvimento do Estado foram trazidas à tona, sem que a Imprensa tacanha local sequer tivesse a mínima curiosidade de pelo menos passear pelo evento, um celeiro de importantes pautas. A minha vergonha pela omissão dos colegas de profissão, na situação de jornalista acanhada diante de jovens de 20 anos que relatavam, com entusiasmo, suas experiência em pesquisas de campo relacionadas a migrações de trabalhadores e outros problemas sociais, só não foi maior porque tive a alma lavada pelo coordenador da iniciativa, o professor Doutor Horácio Antunes de Santanna Júnior que, no encerramento, clamou: “A sociedade não pode fazer coro à louvação que a Imprensa local e as autoridades fazem destes projetos”.
Só para pontuar a consistência do tema, revelo alguns dados devidamente colhidos pela saudade de voltar a ser repórter: o município de Timbiras é o maior pólo de trabalhadores rurais que migram para as lavouras de cana de açúcar para São Paulo; o assorreamento da Baía de São Marcos, por lixo de navios e outros resíduos, já avança a margem de 2 Km; a monocultura de soja e eucalipto que só serve às mineradoras, se alastra pelo interior do Estado com efeitos danosos, a hidrelétrica de Estreito só emprega 9% de mão de obra maranhense e muitas outras informações que denunciam um processo saqueador adotado nos tais projetos de desenvolvimento. Sobre a propalada Refinaria, a história parece próxima daquela notinha de um famoso colunista social maranhense que, na década de 80, início da implantação do projeto da Base Espacial de Alcântara, profetizava “naves espaciais” e “hotéis intergaláxicos”. Para a nossa desgraça, o Maranhão bocejante da serpente adormecida está mais próximo dos Flintstones do que da família Jetson.
A ratificação de tais constatações é resultado da minha participação, na semana passada, na VI Jornada Maranhense de Sociologia e no II Seminário Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente, realizados pelo Departamento de Ciências Sociais da Ufma. A discussão de pesquisas e exposição de temas relacionados aos impactos contemporâneos dos chamados grandes projetos de desenvolvimento, particularmente no Maranhão, evidenciou a consolidação de um importante pólo de estudos de tais questões, lamentavelmente separado por um enorme fosso entre Universidade e sociedade.
Questões fundamentais à agenda de desenvolvimento do Estado foram trazidas à tona, sem que a Imprensa tacanha local sequer tivesse a mínima curiosidade de pelo menos passear pelo evento, um celeiro de importantes pautas. A minha vergonha pela omissão dos colegas de profissão, na situação de jornalista acanhada diante de jovens de 20 anos que relatavam, com entusiasmo, suas experiência em pesquisas de campo relacionadas a migrações de trabalhadores e outros problemas sociais, só não foi maior porque tive a alma lavada pelo coordenador da iniciativa, o professor Doutor Horácio Antunes de Santanna Júnior que, no encerramento, clamou: “A sociedade não pode fazer coro à louvação que a Imprensa local e as autoridades fazem destes projetos”.
Só para pontuar a consistência do tema, revelo alguns dados devidamente colhidos pela saudade de voltar a ser repórter: o município de Timbiras é o maior pólo de trabalhadores rurais que migram para as lavouras de cana de açúcar para São Paulo; o assorreamento da Baía de São Marcos, por lixo de navios e outros resíduos, já avança a margem de 2 Km; a monocultura de soja e eucalipto que só serve às mineradoras, se alastra pelo interior do Estado com efeitos danosos, a hidrelétrica de Estreito só emprega 9% de mão de obra maranhense e muitas outras informações que denunciam um processo saqueador adotado nos tais projetos de desenvolvimento. Sobre a propalada Refinaria, a história parece próxima daquela notinha de um famoso colunista social maranhense que, na década de 80, início da implantação do projeto da Base Espacial de Alcântara, profetizava “naves espaciais” e “hotéis intergaláxicos”. Para a nossa desgraça, o Maranhão bocejante da serpente adormecida está mais próximo dos Flintstones do que da família Jetson.
parabens pelo texto flavinhaaaa, um soco na cara desses bocejantes...vamos acordar essa serpente adormecida......
ResponderExcluirAlice Pires