2012 encerra seu ciclo, preparando-se para fechar as cortinas. Um ano de sacrifícios, de dedicação quase integral às tarefas laboriosas. Noitadas e celebrações dionisíacas foram abolidas e substituídas por horas de viagem, por textos produzidos e por muito, muito esforço intelectual. Sinto-me em bom condicionamento profissional, quase uma maratonista. Optei pelo caminho do trabalho duro, da busca consistente que a cada dia se distancia dos atalhos fáceis escolhidos por tantos que se perderam no caminho. Não, ainda não me achei e, tampouco, possuo esta ambição. Ser buscadora alimenta meu espírito. Prossigo com a consciência alargada de que a Vida nos retorna exatamente aquilo que ofertamos a ela – mesmo quando o Divino Mistério Profundo nos açoita de dor, com sua Matemática Celestial.
Meses equivalentes a passos de muitos quilômetros percorridos. Dias que foram tragados com força. Tive duas vitórias profissionais importantes, editei jornais, fiz roteiros de vídeos, produzi Cadernos Especiais, dei consultorias e algumas palestras, ganhei uma sobrinha linda com nome de música de Tom Jobim, Isabella, para fazer côro a outras belas composições de nossa família, Luísa e Clara.
Neste texto com sotaque de Danuza Leão e pitadas de Martha Medeiros, ouso confessar que consegui quitar um apartamento, decorado com meu abençoado suor. Abuso da escrita feminina para dizer que escrevi poucas cartas para mim mesma, vi zilhões de filmes (pra variar) e li alguns livros, menos do que deveria em função da aridez da agenda, muitos escolhidos por dialogarem com meus interesses do momento, a exemplo de Os Últimos Soldados da Guerra Fria, de Fernando Morais e outros. Não publiquei meu livro, adiado para mais uma lista das resoluções do Ano Novo, nem resolvi estudar em outro País – ficando mais este item para incluir nos próximos anos. Viajei pouco para fora do Estado e, inclusive, quase não viajei para dentro de mim mesma. Voltei ao lugar em que todos pretendem se esbaldar na juventude, mas onde escolhi para me aposentar, o Rio de Janeiro e viajei de carro até a bela e afrodisíaca Jericoacoara, no Ceará (Uau! Diria o mais voyeur dos leitores!). Desintoxiquei-me em rios e praias desertas, exercitando o xamanismo pessoal. Fiz pouco para o tanto que pulula dentro de mim. Mas sobrevivi à mais desafiante e extraordinária aventura humana, a própria Vida. Inteira. Melhor. Mulher.
E com um detalhe: este ano resolvi abolir alguns Especiais de Roberto Carlos que se repetiam sempre em minha vida. “O importante é que emoções eu vivi!”. Saúde, 2013!
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