segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Brasil, mostra tua cara!


Machos que cospem suas grossuras, confundindo testosterona com vulgaridade. Homossexuais que exibem suas preferências, como se o sexo entre iguais fosse a última tendência da contemporaneidade, um hit do verão, e não uma prática que remonta desde os tempos da Grécia, da mal falada Roma Antiga e de outras civilizações. Corpos expostos iguais a peças de um açougue.

Vai querer dois quilos de maminha ou alcatra, patroa?

Estreou, este mês, a 12ª. edição do mais famoso zoológico eletrônico do País: o Big Brother Brasil. Com audiência de ouro e excrescências a preço de banana, a lucrativa vitrine da Rede Globo oferece um milhão e meio de reais ao “vencedor”. A bolada é apenas uma bagatela para se ter noção do lucro obtido com o programa. A fórmula milionária? Incentivar a imbecilidade alheia. Ao acessar qualquer portal em busca de informações, somos assaltados por “notícias” sobre o BBB:

“Renata conta que já beijou amigas com linguão

“Ronaldo diz que Renata solta PUM durante a noite”

Isso sem citar as provas ridículas, tais como segurar a urina por 30 horas e outros “heroísmos” do gênero. O recheio do BBB é feito para atender aos paladares mais carentes: uma mocinha equivocada se apresenta ao público com o seguinte crachá (ou seria clichê?): “sou lésbica e barraqueira”. Pelas varizes de Ângela Rorô!

O casting, “alilás”, é formado por tipos, devidamente embalados por caricaturas escolhidas para vender audiência. Óbvio. O Big Brother é o mais escancarado e eficiente produto de liquidação da complexidade humana: Uma "arte-educadora" Mayara, afirma ser lésbica. João, um representante comercial, que diz gostar de homem e mulher; Uma tal Kelly que ganhava a vida dançando no (sei...) Aviões do Forró. Um lutador que sobrevive às custas de dar porrada. E assim, sucessivamente.

A antiga receita de Pão e Circo substituída por Corpo e Sexo. É a degradação da humanidade, editada para exibir gente em forma de pedaço de picanha.

Outro dia li num blog um argumento pró-Big Brother Brasil: “alargar os horizontes morais-sexuais da família brasileira”. Uma retórica raquítica quase transformando o programa na Vila Sésamo dos anos 70!

Esta postagem é uma defesa do mais extraordinário meio de comunicação popular do já quase caduco século XX: a televisão. Segundo uma antiga pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Mídia para Crianças e Adolescentes, a Midiativa, 98% dos lares possuem televisão e apenas 95% têm geladeira. A intensa presença da TV na sociedade brasileira, configurando-se como cenário, na concepção de Jesús Martín-Barbero, da “constituição de imaginários coletivos a partir dos quais as pessoas se reconhecem e representam”, transfere um enorme poder aos conteúdos exibidos.

São produtos como o Big Brother Brasil, onde estereótipos são exibidas em um zoológico eletrônico, responsáveis pela bestialização de certos comportamentos sociais.

Para a desgraça geral da nação, A TV brasileira não aproveita a programação para educar, é assistencialista, apelativa, nem produz reflexão sobre o noticiário.

A quem ainda não ouviu falar, fica a dica: Educomunicação.

















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