“Eu apenas fui pontual” – disse ele. Ela revirou os olhinhos aflitos, assustados, porém ardentes, e impregnou o ar de uma expressão singular, indizível. Pontuação? Sinalizar as frases, os períodos, de vírgulas, exclamações, reticências, interrogações. Ou, de forma ditatorial, impor um ponto final em um conto que anunciava ser como As Mil e Uma Noites?
Ele sofria da aversão de Rancé, em que seu Eu não saberia suportar a teatralização de uma palavra sem se perder. Ela, da bulimia da ambigüidade: sedução e destruição, nutrição e fome. Verdades dançarinas.
Dentro dele, sussurrava um poema infantil, tosco, remanescente de outrora: Se eu pudesse atrasar o relógio do tempo, te amaria com pontualidade britânica. Pontual. Um relógio condenado à morte do tempo, em caso de atraso ou adiantamento. E recolhia as Palavras ao Vento, recitando Adriana Falcão: “Talvez: resposta pior do que um Não”.
Acontece que algumas palavras não foram espalhadas pela tempestade. A exatidão dos números se enroscou à sinuosidade da semântica romântica. A retórica foi calada pelo silêncio. Os cheiros, calores e sabores não respeitavam horários e nem sabiam ler a palavra “talvez”. E ninguém sabia mais, na história, quem era o Sultão ou a Sherazade. Eles dormiram e sonharam novamente o mesmo sonho. Ao som da crônica de Rubem Alves:
“As mil e uma noites são a estória de cada um. Em cada um mora um sultão. Em cada um mora uma Xerazade. Aqueles que se dedicam à sutil e deliciosa arte de fazer amor com a boca e o ouvido (estes órgãos sexuais que nunca vi mencionados nos tratados de educação sexual…) podem ter a esperança de que as madrugadas não terminarão com o vento que apaga a vela, mas com o sopro que a faz reacender-se”.
Vinha,mermã! Minha Emmemeirejanes Drummon-Diana, muié de Odair José: Eu vou Tirar Você Desse Lugar! Criatura: li outro dia sobre FIM DE PAPO; Na milésima segunda noite, Sherazade degolou o Sultão.Te amo flor de cachos! Com toda dor e delícia q é me enfiar no teu mistério.Com amor, tua Dá
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